O percurso começa no parque de estacionamento do Porto de Pesca de Alvor, junto à Piscina Municipal. Daqui segue pelo passadiço e vira à direita, contornando a Ria de Alvor até à Ponta do Medo Grande.
Aconselhamos um pequeno desvio pelo passadiço que encontra do seu lado esquerdo até ao miradouro, onde poderá apreciar a vista panorâmica sobre a Ria de Alvor. Retomando o percurso principal, vai seguir pela areia, ao longo da Praia de Alvor, durante cerca de 1 km.
Ajude-nos a conservar este local único: evite circular pela duna. É um ecossistema frágil e ao pisar a vegetação estará a contribuir para a degradação deste habitat, que necessita de muito tempo para se formar. Não se esqueça de que alguns animais, como aves, mamíferos, répteis ou até mesmo insetos, vivem neste local e são facilmente afectados pela presença humana.
Ria de Alvor
Das serras de Monchique e Espinhaço de Cão convergem quatro pequenas ribeiras que se juntam e formam a ria de Alvor. A ria está protegida das investidas do mar por duas línguas de areia, as praias e dunas de Alvor e da Meia-Praia.
No interior do cordão dunar de Alvor há importantes habitats, como o sapal e o estuário, com uma rica biodiversidade, num processo de equilíbrio dinâmico permanente.
O valor e a importância natural da ria levaram a que fosse integrada na Convenção Ramsar (Convenção Internacional sobre Zonas Húmidas) e reconhecida como Sítio de Importância Internacional, ao abrigo da Diretiva Habitats.
A ria de Alvor e a região envolvente têm dois sítios arqueológicos classificados: a necrópole de Alcalar e as ruínas romanas da Abicada, que testemunham a importância deste sistema lagunar na fixação humana ao longo dos tempos.
Dunas
Os habitats dos sistemas dunares são extremamente frágeis e dinâmicos. A areia e as plantas mantêm um equilíbrio permanente. As dunas formam-se na praia, junto à linha de água, avançando depois para o interior. Protegem a faixa terrestre contra a erosão e funcionam como zona de amortecimento quando há tempestades e cheias.
Sapal
O sapal é uma zona de transição entre a terra e o mar. Fica coberto por água salgada durante a preia-mar e a descoberto durante a maré-vazia, formando uma proteção natural entre o estuário e o meio terrestre. Aqui, os sedimentos e os nutrientes sofrem uma decomposição lenta, que dá origem a um solo fofo e escuro. As plantas são muito resistentes à salinidade (as chamadas plantas halófitas) e desempenham um papel fundamental no equilíbrio do habitat: filtram e degradam nutrientes e poluentes, depurando a água e melhorando assim a sua qualidade. Servem também de abrigo a inúmeros seres vivos.
Estuário
O estuário de Alvor é o mais importante do Barlavento algarvio. O ciclo das marés determina o seu ritmo. Quando a maré vaza, enquanto os mariscadores mexem nos sedimentos para fazer a apanha de berbigão e amêijoa, as aves aquáticas banqueteiam-se com os muitos seres vivos que se reproduzem nas areias ou que ficam presos nas pequenas linhas de água que se formam e vão para o mar.